No smoking, please
Não sou fumador, aviso já. Incomoda-me o fumo e agastam-me um bocado aqueles que o fazem ao pé de mim (mesmo em locais onde é permitido fumar). Mas eu tenho pena dos fumadores: desde há alguns anos que lhes tem sido movida uma perseguição encarniçada a tal ponto que daqui a pouco nem no meio de um descampado ou na sua casa podem cultivar o seu vício. E às vezes esse "vício" consiste tão somente em fumar um cigarrito de vez em quando por prazer e não maços inteiros!
E por falar em maços já repararam como, um pouco por todo o mundo, estes se transformaram em outdoors de bolso onde as entidades sanitárias dos diversos governos afixam cartazes apregoando os malefícios do tabaco nas suas respectivas línguas? Algumas vão mais longe ao afixar imagens violentas. Talvez tenham razão e a medida seja eficaz... a ponto de se venderem bolsas para tapar quer dísticos quer imagens. Veja-se este exemplo de uma marca bem portuguesa. À esquerda o ANTES e à direita o DEPOIS...
E o incisivo rótulo, que se tem tornado cada vez mais peremptório, continua a aumentar de dia para dia sob o efeito de uma lupa invisível não faltando muito para que os maços sejam um único e uniforme dístico onde se pode ler em caracteres garrafais: FUMAR MATA!
Quase de certeza que, com um aspecto tão feio, os fumadores perderão a vontade de fumar... E no entanto houve tempos em que os maços de tabaco eram obras gráficas de grande qualidade fruto da criatividade dos melhores designers da época e que multidões de devotos coleccionadores consideravam dignos de figurar nas suas prateleiras! Será que se voltasse a ser assim os fumadores perderiam o seu vício e guardariam intactos os belos maços nas suas estantes e vitrines ao invés de os amarfanharem e deitarem para o lixo depois de vazios? A marca Carlton dá o exemplo...