capas de livros: instrumentos publicitários?
Normalmente quando vamos a uma livraria temos dois propósitos: ou procuramos algo muito em concreto - um autor ou um tema específico, ou então procuramos matar o tempo percorrendo as estantes de livros um pouco ao acaso, tentando perceber o que há de novo ou o que é recomendado pela casa como leitura. Em ambos os casos já não terá sido a primeira vez que a nossa atenção é captada por uma capa. Ainda sem saber o autor ou o género do livro, aquela imagem obriga-nos a aproximar da obra, pegar-lhe e quem sabe percorrê-la com um olhar mais demorado....
Afinal o que é a capa do livro? Um vil instrumento de publicidade? Desempenha um papel premeditado, em consonância com o autor? Pretende ser uma primeira imagem que serve como faísca introdutória para toda uma história? Julgamos um livro pela sua capa e o primeiro impacto que nos deixa?
Outrora, há muitos e muitos anos, quando li J. R. R. Tolkien pela primeira vez, lembro-me da importância de uma imagem. Era o que a minha imaginação tomava por base para todo o resto e via-me com frequência a olhar para a capa e atribuir-lhe significados e contextos em função do desenrolar da história. Para mim, não era um instrumento publicitário, mas sim algo que pertencia à obra. Actualmente, com a tentativa da massificação da venda de livros, creio que tudo se alterou um pouco, assistindo a remodelações de antigas capas por outras "mais modernas" que vão de encontro aos hábitos de consumo da actual geração.
Henry Sene Yee é um designer de capas de livros. Contratado por autores e editoras, dá um pouco da sua criatividade e cunho pessoal a obras que ainda não possuem um rosto para o público, quer tenha ele como objectivo a venda ou a introdução à própria história. O seu trabalho, que aqui deixo alguns exemplos, pode ser encontrado na totalidade no seu blog pessoal.