do design à delicadeza do essencial
Existe o amor, depois, a mão do homem, que torna o amor em algo palpável, concreto. Entre o amor e o concreto, está o traço, a linha. O ato de criar de um designer, um bom designer, passa antes de tudo pelo amor e pelo traço. Assim, descobre-se a linguagem: a poética de cada profissional.
Ebo Amorim é um designer poeta. Risca poemas transformados em cadeiras, mesas, aparadores. Assim, traça com poesia a rotina de quem habita um dos espaços criados por ele. Nascido em São Tomé e Príncipe, na África, mudou-se para Portugal aos nove anos de idade. Em suas influências ficam claros os dois continentes. Ebo equilibra as formas de seu design entre o minimalismo europeu e a alegria africana, estes, muito bem mesclados dentro de formas essencialmente contemporâneas. É fundamentalmente um designer contemporâneo. Em suas cadeiras percebemos a imagem pulsante da contemporaneidade entre curvas e retas democráticas, que desta maneira, buscam sim, numa pós modernidade libertária, linhas sutis do retrô.
Atualmente o designer vive no Brasil, em Brasília, e em seu trabalho transparecem também algumas influências obtidas da capital modernista: uma mescla entre a pureza da reta e a liberdade da curva.
Assim, numa transvanguarda criada entre função e beleza, Ebo Amorim nos brinda com o que há de mais necessário - pois seu design é puro. Quando projeta, parece buscar exaustivamente pelo essencial, limpando o que cria até chegar à curva perfeita, à linha reta que vá finalmente agradar a seus olhos. E claro, há também a cor, brincando entre complementares e análogas, faz com que seus objetos nos deixem com o suspiro preso à garganta.
Imagino que assim deveriam se sentir os gênios ao perceberem que a obra estava finalmente pronta. E é assim que a forma do design de Ebo Amorim transita pelos olhos de quem a vê: é balé, entre traço, delicadeza e realidade.
Quem quiser se perder em mais suspiros, pode fazê-lo indo aos sites do designer.