Cemitério de navios em Angola
Angola é um país em reconstrução. No ano de 1961, o país travou uma longa guerra colonial contra o domínio português. A independência foi conquistada em 1975, ano em que deu início a uma nova guerra, dessa vez civil, que se estendeu até 2002. Durante décadas, dezenas de navios foram abandonados aos arredores do porto de Luanda, o que provocou diversos constrangimentos para os barcos que desejavam atracar. Diante disso, para lidar com a situação, os navios abandonados passaram a ser rebocados para uma praia deserta, de nome Santiago, localizada a menos de 100Km ao norte do porto.
As carcaças somam mais de trinta embarcações, a maioria delas muito grandes, como o navio Karl Marx, petroleiro que mede seguramente mais de 70 metros, localizado a menos de dez metros da praia. Para chegar ao cemitério de navios, é desejável possuir um veículo 4x4 e recomenda-se cautela ao motorista quando estiver na orla, para não colidir com os barcos que repousam na areia.
Nos finais de semana, centenas de jovens se deslocam para passar o dia, embalados por música muito alta, isopores repletos de bebidas e um convidativo clima de paquera no ar. Embora o ambiente seja frequentado quase que exclusivamente por angolanos de até 30 anos, o lugar aparenta ter um forte potencial turístico e há quem esteja organizando visitas dada a curiosidade que o cemitério de navios desperta nos estrangeiros que tiveram o privilégio de visitar esta surpreendente paisagem.
Angola está se modernizando desde o fim da guerra, em 2002, e uma das apostas é no turismo. Além da riqueza histórica e cultural, o país conta com belezas naturais próprias da savana africana, assim como possui florestas verdejantes e até uma área desértica. Para quem gosta do inusitado, um cemitério de navios não se encontra todos os dias.