Tin Pan Alley e a música americana
Madison Avenue está para a publicidade assim como Tin Pan Alley está para a música popular americana até aos 30. O nome corresponde ao beco entre a 5ª Avenida e a 28ª Rua em Nova Iorque, que desde a década de 80 do século XIX congregava as mais poderosas editoras de música americanas.
O que teve então de especial este grupo de editoras musicais? Depois da Guerra Civil americana houve um clima de prosperidade que permitiu que a música e outras artes se desenvolvessem, mas faltava uma estrutura que divulgasse a música e a fizesse chegar às pessoas: não havia ainda rádio ou televisão. As lojas da Tin Pan Alley conseguiram a proeza de transformar a música numa verdadeira indústria lucrativa no final do século XIX: encontravam os autores de música popular americana, compravam as suas músicas e obtinham direitos plenos sobre as mesmas. Depois, contratavam músicos profissionais (os chamados song pluggers) para viajarem pelo país, dando a conhecer as músicas para que pudessem ser vendidas sob forma de partitura, que era o meio em voga na altura.
Durante quase 50 anos agarraram-se ao monopólio da indústria musical, gerando opiniões contraditórias nos dias de hoje: se, por um lado, exploravam os músicos que viviam na pobreza não beneficiando dos lucros das suas músicas, contribuíram também para o boom da música ligeira que viria a culminar no nascimento do rock'n'roll. De entre os músicos que a Tin Pan Alley albergava, destacam-se Irving Berlin, Milton Ager e Thomas S. Allen, três grandes nomes da primeira metade do século XX. Quanto ao final da hegemonia deste grupo de editoras, a História não é tão clara: a decadência iniciou-se com a Grande Depressão nos anos 30, quando a rádio se tornou mais importante do que a música de partitura, mas há quem diga que o Tin Pan Alley continuou até aos anos 50, quando apareceu o rock'n'roll.