Da urbanidade à Feliz Cidade
Oscar Niemeyer disse uma vez que a arquitetura é coisa importante para tornar a vida melhor e nisso é possível acreditar que para se ter os cenários aceitáveis em que sonhos se realizam a arquitetura se torna presente.
Já o arquiteto Mies Van Der Rohe entende a arquitetura como a vontade da época traduzida ao espaço. Traduzir, como no pensamento do famoso arquiteto modernista, em lugares palpáveis não é tarefa fácil, pois na multiplicidade humana as traduções se diferem, onde o olhar fácil que pode deslumbrar muitas mentes intrigantes dos lugares e dos objetos edificados faz com que existam diferenças peculiares, nem sempre impressionando aqueles de olhos experientes.
Por isso na reflexão modernista a tarefa de criar espaços em conceito de menos sendo mais ainda é muito aplicável, porque cada ser humano é ponte de tradução e tornar um lugar bom para todos beira a simplicidade.
A arquitetura desperta muito daquilo que não se pode ver nas entrelinhas de cada ser humano e é como se dissecasse os desejos mais profundos de alguém ou de um local, com sua história, suas fragilidades e suas nuances discretas. É onde se mostra o que muitas vezes existe somente em outras cidades sonhadas, em alegrias transformadas em tijolos e paredes, em telhados e em jardins.
O olhar, como bem descrito se aguça a todos os momentos. Despertar o olhar também é função da arquitetura. Quando se tem um monumento que traz uma história e um sentimento muitas vezes é possível sentir o cheiro e visitar os lugares que somente povoavam a imaginação do autor.
A simplicidade permeia, os olhares são perceptíveis, a cidade é construída e as vidas são tocadas, sendo assim a arquitetura algo que molda e que transfere, mas que também é moldada, pois antes de concreto é vida.
O cenário produzido pelas arquiteturas traz a tona a realidade de cada um, ser o arquiteto da própria vida, sendo aquele alguém que constrói seus sonhos, que prepara muitas vezes o terreno, alicerça suas ideias, levanta as paredes da realidade, cria seu chão e seu teto, busca os revestimentos de quem ama, pinta os seus dias com cores várias, escolhe os caminhos da beleza e da forma que quer construir e decorar seus lugares, coloca um teto como objetivo e o céu um caminho a ser avistado da varanda previamente pensada e nas misturas das realidades constrói sua Feliz Cidade.