O amor embrulhado em um pacote amarelo
A chuva está caindo lá fora. Os ventos passam e as almas calam ao ouvir um zunido cortando o céu. Chuva. A mesma chuva que me trouxe você.
Uma chuva que na verdade foi tempestade, daquelas de deixar com medo de se mexer e de sair do lugar, que ao mesmo tempo é linda de se ver mas que amedronta pela força que toma seus sentidos. E nessa chuva encontrei um pacote amarelo, desses com fitas e uma lembrança.
Dentro do pacote tinha a esperança de um olhar forte e doce, suave e direto. E no amarelo que reluzia dele vinha algo que contagiava de tal forma o coração que a presença se tornou algo necessário. Ali, numa hora qualquer e num momento desses que a gente guarda pra vida toda eu ganhei esse pacote amarelo e nele também havia esperança.
Um dia porém os ventos sopraram esse presente e eu pequena de alma, tentei de todas as formas segurar pelas fitas e bordas do pacote aquilo que veio sorridente e até meio desajeitado, mas que me fez descobrir que andar ao lado não era condição pra qualquer um.
Hoje, vendo a chuva caindo suavemente, eu me lembro. E lembrando eu guardo os pequenos pedaços de fita do pacote que sobraram, esperando a ventania trazer a tona aquilo que um dia foi perdido. Porque o amor veio no amarelo pacote e com o tempo ele volta reluzindo, como um sol brilhante trazendo a paz tranquila que somente existia dentro desse pequeno embrulho.
E o amor reluzente está ainda guardado no coração, junto com o singelo pacote amarelo.