Tudo o que se quer é ser feliz e na dança da vida dribla-se um ritmo aqui, outro ali, outro acolá...
Que não há receita para a felicidade isso é um fato. Só que todos nós queremos ser felizes o tempo todo. Basta ver as redes sociais carregadas com fotos de pessoas sorrindo em festas, almoços, jantares, parques e viagens. Ser infeliz está fora de questão, é um julgamento rígido que nos impomos!
Tudo isso dá a noção direta de que ser feliz é uma obrigação de todos e nos culpamos quando não estamos bem.
A felicidade é uma consequência de nossas ações, de como lidamos com o que acontece ao nosso redor, com a nossa relação com o outro, que envolve sentimentos, emoções e razão.
É um conjunto de fatores que temos que conviver diariamente e que não dá para fingir quando algo nos aflige ou nos afeta.
Aceitar a tristeza, a contrariedade faz parte do nosso amadurecimento e isso não pode ser tido como algo ruim, que nos faz sentir culpados quando abrimos as redes sociais e vemos os retratos de felicidade estampados nos feeds de notícias.
O outro lado da moeda ou do paraíso sempre vai existir porque do contrário seríamos pessoas incompletas e até mesmo fúteis.
Não dá para nos basearmos em contos de fadas ou comerciais de TV que rega nossas telas da vida com a ilusão de que o mundo é um mar de rosas e que o sofrimento é para os fracos.
Isso cria enganos para nós mesmos porque tentamos fugir do sofrimento, dos problemas, com a mera obrigação de provarmos para nós e para o mundo que somos e estamos felizes o tempo todo.
Às vezes queremos tanto ser felizes que nos esquecemos de olhar para dentro de nós e criamos uma falsa ilusão de nossas vidas e de tudo o que nos rodeia, vivendo em mundo de mentiras e fantasias.
Só que o universo não deixa nada escapar e aos olhos de Deus a verdade deve reinar de forma absoluta. Para Ele não há enganos ou ilusões por mais que tentemos driblar o mundo e nos driblar no conformismo para sermos felizes.
Ser feliz não pode ser visto como uma obrigação! A felicidade implica em verdades, em crenças que não podem ser limitantes.
Muitas vezes quando estamos bem, vivendo em plenitude, não conseguimos enxergar o outro, pois estamos tão extasiados na nossa felicidade e voltados para nós mesmos que fica difícil ver como o outro está ou é.
Infelizmente, é nas situações tristes, problemáticas e conflituosas que vemos o que faz sentido para nós e para o outro. Não que o sofrimento deva permear a nossa vida o tempo todo, claro que não! Mas ele é o degrau para que alcancemos e entendamos melhor o conceito de felicidade. É depois de passarmos por alguns sofrimentos que conseguimos valorizar a felicidade de forma plena e quem está ao nosso redor.
Logo, devemos pensar que a felicidade faz parte de um processo, de fases que vão e vêm assim como as ondas do mar e as fases da lua.
A felicidade não é monótona e não é duradoura porque assim como o sofrimento passa, os momentos felizes também passam, pois nada é para sempre; do contrário a nossa vida não teria sentido, uma vez que não teríamos por que lutar e aperfeiçoarmos as lições que são aprendidas na jornada da vida.
A vida é uma dança com vários ritmos, subimos e descemos inúmeros degraus infinitas vezes.
E a felicidade é exatamente isso: uma dança, na qual vamos driblando um ritmo aqui, outro ali, outro acolá e com a certeza de que no final tudo acabará bem porque viemos a este planeta para evoluirmos e como consequência sermos felizes, mesmo que isso não seja eterno!!!