Viajar é encontro
Foto: Ellen Pederçane
Viajar é muito mais do que simplesmente conhecer outras terras, outros povos, outras culturas. Viajar te faz olhar pra dentro e descobrir novos limites, novos horizontes. E geralmente, descobrir curvas na alma jamais exploradas. E curvas que podem (e irão) tornar sua vida muito mais bonita, muito mais colorida.
A viagem te enriquece duplamente, por tudo aquilo que você vê e guardará na alma e na memória pro resto de seus dias e ainda proporciona um momento onde você é sua melhor companhia (mesmo quando estamos muito bem acompanhados), suas descobertas, suas redescobertas...acho que podemos ser outros depois de qualquer viagem. O olhar sobre a vida muda. O olhar sobre suas escolhas muda. O olhar que você tem de você mesmo muda. Às vezes precisamos ir longe para saber o que realmente queremos da vida, como queremos desenhar nossos dias, traçar nosso caminho. De longe, parece que nossa visão fica mais ampla, mais nítida. O colorido da vida vem desses momentos em que encontrar a si mesmo é resposta de prece, é resposta divina.
Algumas viagens são sonhos que por muito tempo passam em nosso coração e pensamento. E de lá, saímos com mais sonhos, coração mais latente em busca de novos caminhos ou novas aventuras. A vida não é mais a mesma e teremos que rever e remontar nosso quebra cabeça: vale a pena fazer algo que não nos deixe totalmente felizes? Sim, você questiona seu cotidiano, seus relacionamentos, seu emprego...tá tudo encaixando? Seu coração está alegre? É hora de tomar novos rumos, prezar por outras escolhas? Perguntas...perguntas...Viajar proporciona respostas, não é mesmo? E quem disse que respostas não geram novas perguntas?
E assim vai um ciclo. Um novo modo de lidar com os ciclos da vida. Vivemos de ciclos, de transformações, somos e merecemos ser essa eterna inquietação que busca pela nossa melhor versão, pelo melhor que podemos doar de nós mesmos e o melhor que podemos fazer, em todos os campos de nossa vida. TODOS. Sem exceção.
Todo viajante, de primeira viagem, ou de muitas, está em busca de tornar mais prazerosa a inquietação que ocorre dentro de si. Parece que alma nasceu pra conhecer diversos lugares, se encontrar em diversos pedaços do mundo. Não que nosso lar, nosso país/estado/cidade de origem não nos permita isso, mas é que existem outros lugares que podemos nos encontrar, então que seja tanto aqui quanto acolá. É tanta beleza, tanta gente, tanta troca pra se viver. Não é obrigatório, não é unânime, mas quem tem essa inquietação jamais deve parar de alimentá-la.
A todo o momento, é tão direito quanto dever encontrar nossa própria felicidade, escrever nosso caminho com letras bonitas e céus azuis, com sol latente ou estrelas brilhantes. Algumas almas são mais pacatas e outras são mais investigadoras, ambas podem ser transformadas por viagens. Qualquer alma pode tornar diversos lugares pontos de encontro entre o sagrado e o profano de si mesmas.
Que possamos viver nossas mudanças. Que nossas respostas nos abram cada vez mais a asas. Voar é preciso. Ser livre está aquém de definição. Não há receita para chegar à liberdade, cada individuo tem seu jeito de voar e de encontrar a si mesmo, unânime é só o direito de ser livre, de não ter pelo caminho nada que nos pare.
O amor é livre e perpassa toda e qualquer área de nossa vida. Quem não ama o que faz, com quem vive, não tem brilho nos olhos, não vive a liberdade. Que possamos voar cada vez mais alto, com cada vez mais verdade e a felicidade jamais nos abandonará. Felicidade é escolha e não é feita só de momentos alegres, é uma construção de escolhas onde há dias mais cinzas e dias mais azuis. Sejamos livres.
Previamente publicado em: http://ideiasmochileiras.blogspot.com.br/2014/12/viajar-e-encontro.html