La Catrina: uma expressão artística da sabedoria de um povo
Uma personagem muito popular na cultura mexicana, hoje, ganha cada vez mais espaço fora da festa do dia dos mortos, e também fora de seu país de origem. La Catrina, hoje, pode ser encontrada com frequência na pele dos amantes de tatuagens, como na imagem abaixo, um trabalho muito bacana do tatuador Felipe Lourenço
Sendo uma representação feminina de um Dândi (homem que mesmo sem origem nobre, possui porte, modos e trejeitos de um cavalheiro digno de uma família de renome), la Catrina aparece nas festividades do dia dos mortos, bem vestida como uma dama da alta sociedade, muitas vezes, usando um chapéu, que era um símbolo das damas pertencentes às famílias abastadas.
A personagem que remonta à cultura pré colombiana, e que foi eternizada pelo artista José Guadalupe Posada, trás em si uma mensagem muito importante, o memento mori, que mostra sem rodeios que na morte todos somos iguais, independente de classes sociais, o que resta de nós são somente os ossos. A caveira final e irremediavelmente, nos irmana.
Hoje, encontramos la Catrina frequentemente em estampas de camisas descoladas usadas no mundo todo, entretanto, vale lembrar que sua representação vai além da gravura, esculturas e outras formas de arte/ La Catrina é parte do indigenismo, doutrina nascida no México como parte do movimento intelectual nacionalista, movimento que defendia a valorização da cultura indígena do seu país. Deixo aqui uma ideia: que tal tornarmos não somente a gravura, mas também a valorização dos povos indígenas um movimento mundial?