O poder do cinema como ferramenta de autoconhecimento
Reese Witherspoon vive uma mulher em busca dela mesma em Wild, traduzido para no Brasil como Livre.
A maioria das pessoas assiste a filmes para sonhar. Alguns, para acordar. O cinema desde os seus primórdios, no finalzinho do século 19, foi tratado como uma diversão para pessoas com baixo nível de instrução.
Com o passar dos anos, o cinema deixou de ser teatro filmado e ganhou uma linguagem própria e riquíssima. Após a Segunda Guerra Mundial, muitos diretores começaram a fazer um cinema mais intimista e subjetivo, mais voltado para o mundo interior dos seus personagens, levando para a sétima arte a sondagem psicológica que é típica da literatura.
Infelizmente, em nossas escolas, não recebemos educação cinematográfica e aprendemos a entender o cinema como um passatempo despretensioso. Realmente, grande parte dos filmes é feita para passar o tempo apenas.
Porém, se treinarmos os nossos sentidos e intelecto, perceberemos que o cinema vai muito além da catarse, do entretenimento, da informação. O cinema educa, conscientiza, sensibiliza, nos faz pensar e sentir, nos faz reavaliar conceitos, reorganizar estruturas. Este processo é lento, porém, profundo.
Por meio de filmes diversos, aprendemos sobre variadas culturas e também sobre aquilo que existe de mais subjacente na alma humana.
A seguir, citarei brevemente alguns exemplos de filmes que contribuem para o nosso processo de autoconhecimento e reinvenção. A sequência dos filmes não apresenta nenhum critério hierárquico. A ordem é aleatória.
1. Livre ( superação de crises e busca de um novo rumo para a vida. Baseado em fatos reais, mostra a trajetória de uma viciada em heroína).
2. O palhaço ( filme filosófico que trata da busca e da aceitação do eu verdadeiro e das vocações).
3. Secretária ( comédia romântica não ortodoxa que trata a questão do sadomasoquismo sem tabus)
4. Minha cama de zinco ( o encontro amoroso entre dois alcoólatras sob controle)
5. Clube da luta ( um questionamento profundo e frenético sobre a sociedade de consumo e a incomunicabilidade).
6. A mulher do lado ( romântico filme francês sobre o amor-fou )
7. Em carne viva ( thriller que explora as obscuridades do desejo por meio do romance entre um policial e uma professora universitária)
8. O piano ( filme que trabalha a questão do feminino e suas obscuridades)
9. Dois dias, uma noite ( o reencontro do sentido da vida por meio da solidariedade)
Sandra redescobre o valor da vida por meio da solidariedade
10. Sociedade dos poetas mortos ( a importância de uma educação libertadora e de uma vida autêntica)
11. Perfume de mulher ( a redescoberta da fé nas pessoas por meio da bondade e integridade de um adolescente).
12. Tudo sobre minha mãe ( a renovação da vida por meio da amizade e da aceitação mútua das pessoas)
No universo de Almodóvar, os personagens marcados pela tragédia se reinventam por meio da amizade e da solidariedade.
13. A estrada ( a humanização de um homem rude por meio da trágedia)
14. Não amarás ( retrato da solidão e a necessidade do amor)
15. A fraternidade é vermelha ( a amizade resignificando a vida)
16. O turista acidental ( o medo de se abrir para a vida e para as pessoas depois de uma experiência altamente traumática).
17. Balzac e a costureirinha chinesa ( trata sobre o processo de autoconhecimento e descoberta dos objetivos de vida por meio da leitura)
18. A janela da frente ( o poder de transformação e a busca da vocação por meio das relações humanas)
19. A partida ( visão poética sobre a morte)
20. Melhor é impossível ( o poder de transformação do amor)
21. Algo como a felicidade ( a caridade como meio de ser feliz)
22. Pequena Miss Sunshine ( uma divertida reavaliação do conceito de sucesso e felicidade)
23. Amor ( um retrato nu e cru do verdadeiro amor)
24. Cisne negro ( o estranho que mora dentro de nós)
Nina em Cisne negro mostra que muitas vezes, somos um estranho para nós mesmos.
25. O sorriso de Monalisa ( a dificuldade e a importância de ser fiel aos próprios valores e ideais)