O PROBLEMA DA PERDA
Sarah Treanor - Fine Art Photographer & Writer http://sevenshootingstars.com/
Quando falamos dessas coisas certas, por qual motivo não falar em perda... ou perdas? Ela é, simplesmente, algo que existe e acontece; nós a enfrentamos ou a enfrentaremos em algum momento da vida. E, sabe, não há dicas ou truques, somente você e ela, cara a cara, porque perda é algo íntimo.
Mas o grande problema é quando a perda se torna a única coisa que nós enxergamos. Ela está bem ali, no centro de nossos corações e no centro de tudo. Sentimo-nos mal, danados e destroçados. Qualquer coisa que pensamos ou fazemos é marcada por essa ausência. A vida se resume a esse sentimento e a esse momento.
Então, você empurra e rejeita tudo: sonhos, esperanças, outros sentimentos, pessoas e a si mesmo. É melhor ir dormir porque o sono é uma espécie de esquecimento, ele faz os dias passarem mais rápido e apaga a noção de realidade. Você não pensa e não sente. Tudo o que você quer é chutar o balde e fugir, se esconder como isso pudesse esvaziar sua mente ou fazer o tempo e o mundo pararem.
Em outras palavras, é um antes e depois da perda. Somos tão afetados que é difícil levantar e caminhar. Preferimos não reagir, mas apenas continuar internados nesse sentimento sem enfrentá-lo.
Contudo, eu tenho que dizer que ela não é a única coisa que existe dentro e fora de nós. Também não estou te pedindo para que haja como se ela nunca existisse porque a perda sempre vai estar aí, deixando lágrimas e saudades. Ela é uma parte da sua vida e de quem você é, mas pare de pensar nela como se fosse a única coisa que te resta. Comece a seguir em frente e superá-la, não deixe que ela te bloqueie.
Há pelo quê sorrir, pelo quê lutar e pelo quê conquistar. Você ainda terá muitos momentos bons e muitas coisas importantes para celebrar. A cura é viver e deixar seu coração aberto para ser tomado pela paisagem e pela vida que transborda pelo caminho. Um dia após o outro, descobrimos coisas, pessoas, sentimentos e aventuras que nos resgatam de nós mesmos e do abismo que criamos.
Sabe, não podemos tentar deter e nem reter o riso ou o choro, mas saibamos apenas que a vida é definida por uma expressão de infinitas coisas, não só pela perda ou pela dor. Por isso, sim, sempre haverá outro caminho, outro motivo e, sobretudo, outro amanhã.