Epicuro e a morte
Epicuro de Samos foi um filósofo grego que viveu em Atenas, durante o período helenístico e foi fonte inspiradora de diversos centros epicuristas desde a Grécia, Egito, Oriente e Roma.
Sua filosofia tinha como foco principal o dia a dia e o modo que devemos viver para atingirmos a felicidade. Por isso, os epicuristas debatem temas como a liberdade, o prazer, os desejos, os impulsos, e por fim o que inspirou esse artigo: a morte.
Representação do Jardim de Epicuro
Para ilustrar o pensamento de Epicuro sobre a morte, exponho uma citação do filósofo:
"Acostuma-te à ideia de que a morte para nós não é nada, visto que todo o bem e todo o mal residem nas sensações, e a morte é justamente a privação das sensações. [...] Não existe nada de terrível na vida para quem está perfeitamente convencido de que não há nada de terrível em deixar de viver. É tolo, portanto, quem diz ter medo da morte, não porque a chega essa lhe trará sofrimento, mas porque o aflige a própria espera [...]”.1
Em síntese, para o filósofo de concreto só a vida. A morte nada mais é do que a cessação dos sentidos, ou seja, não temos contato com a morte, não sentimos a morte, nem damos “de cara” com ela. Portanto, seria tolice teme-la, já que a morte é o nada.
Em uma visão mais pessimista que ajuda a fundamentar sua posição de que temer a morte é bobagem, Epicuro afirma que é durante a vida que possuímos os sentidos e consequentemente a dor e o sofrimento e que a morte seria o aniquilamento dos sentidos.
Porém, a morte pode ser perturbadora para quem ainda não se acostumou com a ideia de que a morte pode chegar ao acaso e interromper seus planos. E vocês leitores, concordam com o filósofo?
NOTA
1 Trecho da carta do filósofo grego Epicuro destinada a seu discípulo Meneceu, conhecida como Carta sobre a Felicidade.