Amplie seus conhecimentos sem sair de casa!
A opção de estudar em casa atrai cada vez mais brasileiros. Considerando suas potencialidades, a modalidade EAD (Ensino à Distância), possibilita o vencimento de barreiras como o tempo e o espaço, e, consequentemente, desponta-se como instrumento de democratização do ensino e de amenização das discrepâncias sociais.
Ao contrário do que ocorria em um passado recente, em cursos por correspondência ou, posteriormente, por as gravações audiovisuais, a educação à distância, no Brasil, não pode mais ser considerada de baixa qualidade. A interatividade trazida pela internet possibilita que as dúvidas em relação ao conteúdo sejam esclarecidas instantaneamente, seja por meio de fóruns, ou por uma equipe de tutores.
De acordo com o professor e diretor da Unicesumar Cascavel, Wanderley Kendrick, a modalidade EAD, em sua instituição, “é uma metodologia que se caracteriza pela aula que é transmitida a partir de um estúdio, onde o professor desenvolve o conteúdo sem se preocupar com disciplina, sem se preocupar em fazer chamada, e sem se preocupar inclusive em responder ao aluno. Mesmo sendo aula ao vivo, online, via internet, o aluno faz as perguntas, e quantas desejar. Não é o professor orador que vai responder o aluno, pois há uma equipe de mediadores que emitem a resposta aos alunos via e-mail”, relata.
Segundo o professor e responsável pela modalidade na Univel, Cezar Versa, a perspectiva hoje de se usar a tecnologia para que o conhecimento seja transmitido de forma mais eficaz, ou seja, proporcionar que as pessoas possam ter acesso a esse conhecimento rapidamente, centraliza, praticamente, a grande importância do ensino à distância para a formação continuada: “Imagine você, que um professor pode gravar um vídeo, e mais de mil pessoas podem assistir esse vídeo, porque ele está disponibilizado na internet, então eu posso chegar a grupos que precisam de formação continuada de um modo muito mais eficaz”, afirma.
Apesar do preconceito, de acordo com dados do Enade (Exame Nacional de Desempenho de Estudantes), em alguns cursos de nível superior, os acadêmicos da modalidade EAD obtiveram até 6,7 pontos a mais do que os matriculados no ensino tradicional. A professora da Unioeste (Universidade Estadual do Oeste do Paraná), pós-doutora em Engenharia e Gestão do Conhecimento, e coordenadora do programa EAD Unioeste, Beatriz Helena Dal Molin, afirma que o preconceito em relação à modalidade deriva-se em seu recente desenvolvimento: “Eu acho que até de certa forma, algumas pessoas podem até acreditar que falta um pouco de qualidade na EAD, mas deixe a gente fazer 500 anos da modalidade EAD, como a gente fez de ensino presencial, para vocês verem uma coisa! Eu acho que tudo o que está no começo tem o seu tempo de experimentação, tem o seu tempo de ajustes. Não acho que devemos dizer que esta seja melhor que aquela e que a educação à distância tenha a menor qualidade... Existem cursos presenciais que também são de péssima qualidade!”, afirma.
Para o professor Wanderley, quem não conhece o ensino à distância é normal ter um preconceito: “tem muita gente que tem ainda. Eu encontro professores catedráticos que tem esse preconceito, que eu não tive absolutamente em momento algum. Quando eu soube que estávamos implantando educação à distância no país, eu acreditei na ideia e tenho comprovado que, quanto à qualidade, se não é superior, não deixa nada a desejar comparando com o ensino presencial”, relata.
O advento da internet criou um cenário totalmente novo para a educação à distância. Hoje, as possibilidades são mais amplas e pode-se fazer um curso à distância praticamente nos mesmos moldes dos presenciais: com os estudantes assistindo as aulas pela internet, exibição dos conteúdos em tempo real e avaliações feitas pela rede ou em um pólo presencial.
Para o acadêmico na modalidade EAD, Endrey Theodoro, “a faculdade presencial exige o empenho de você ter de se deslocar do seu trabalho todos os dias, para daí você ir à faculdade, estudar e depois ter de retornar para a sua residência, meia noite, ou às vezes, até depois, dependendo da pessoa. Isso acaba gerando um cansaço”, relata.
A professora do curso de Jornalismo da Univel, Letícia Garcia, concorda com os benefícios e viu na modalidade EAD a possibilidade de investir em sua formação e ampliar seu campo de conhecimento: “A logística de estar preso em sala de aula por quatro horas dificultava a minha vida. Eu já havia começado Letras na Unioeste, lá o curso é de manhã e eu não tinha com quem deixar o meu filho. Tranquei o curso quando ele nasceu e depois de um tempo vi na EAD a única possibilidade de eu voltar a fazer o curso. A flexibilidade de horário é a grande vantagem da EAD”, opina.
Não se constrói uma educação desenvolvida sem ensino de qualidade. Em países continentais como o Brasil, a educação à distância é uma possibilidade interessante para ampliar o potencial de acesso dos brasileiros às universidades, especialmente em estados e municípios com maior dificuldade de mobilidade para estudantes. É o que afirma a professora Beatriz: “O ensino à distância é uma modalidade que, além de ser condizente com o espírito do século XXI, que é um espírito onde a tecnologia tem que estar mais presente para somar e agregar valores ao conhecimento. Ela permite que pessoas que não tem acesso ao ensino superior regular presente em suas cidades possam ter conhecimento e serem pessoas que depois irão postular melhores posições na sociedade e melhores empregos”, afirma.
Investimento
De acordo com o professor Wanderley, considerando instituições privadas de ensino, o custo de um curso de educação à distância, em relação ao curso presencial, chega a ser até um terço: “É um custo que permite que cada brasileiro, mesmo em períodos de crise, como o que estamos vivendo, possa realizar um curso de nível superior. Vai mudar a cara da educação desse país em poucos anos em função disso”, relata.
Haverá uma substituição?
Para o professor Cezar não. “Possivelmente não uma substituição completa. O que haverá é uma mudança de panorama. Não falamos em uma substituição, mas em uma tendência de que o ensino à distância cresça e se torne uma referência para o próprio ensino presencial”, comenta.
Quem concorda com a opinião é a professora Letícia: “Eu acho que substituir não. Pode ser que ela ganhe mais espaço nos próximos anos, mas eu não acredito que uma modalidade substitua a outra, porque cada pessoa tem uma condição, cada pessoa tem uma necessidade, uma perspectiva, uma projeção em relação à educação”, afirma.
Já a professora Beatriz acredita que a substituição possa acontecer, porém, não agora: “Acho que vai levar muitos anos para que exista só a modalidade à distância. Eu acredito que vai haver, por conta da presença mais massiva da educação à distância, aulas bem diferenciadas, não aulas nos moldes do século XX, mas acredito que os dois podem conviver e existir”, relata.
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