alguns órfãos da criação no pátio de j.f. sebastian
J.F. Sebastian naturalmente seria procurado pelos replicantes fugitivos. Eles buscavam por mais tempo de vida e isso os levaria aos seus criadores. Primeiro ao seu projetista genético. Depois ao responsável pelo empreendimento de criação. E Se J-F não tivesse as respostas, ele os levaria ao dr. Tyrell.
J-F dominava o conhecimento que permitia relacionar as características de um replicante às informações presentes em seu código genético. Ele recebia as prescrições de seu chefe, o dr Tyrell, e as transformava em um código genético. Isso conferia à J-F poderes sobre o bem e sobre o mal.
Obviamente, J-F precisava de uma "oficina", onde seria possível testar novas combinações e efetuar ensaios dos produtos a serem entregues. Certamente, Tyrell lhe passava prescrições diferentes ao longo do tempo, conforme especificações que lhe fossem apresentadas pelos compradores.
Essa "oficina" então acabaria se convertendo com o tempo em uma espécie de depósito de resultados de experimentos realizados ao longo do tempo. E eventualmente os componentes desse depósito seguiriam suas vidas. Talvez limitadas pelas dimensões da "oficina", mas, enfim, "suas vidas".
Então quando J-F chega à sua "oficina" na companhia de uma mulher jovem, a replicante Pris, ele é recebido por algumas de suas criações. Elas estavam um tanto alvoroçadas pela chegada do mestre e por verem que ele não estava sozinho. Eles seguiram seu caminho, porque J-F daria atenção à Pris.
O pobre J-F sofria de mal de Matusalém, que o fazia envelhecer precocemente e o impedia de migrar para fora da Terra, para os novos mundos. Era um gênio, assim como Tyrell e outros envolvidos no processo de criação dos replicantes. Em sua condição difícil, acabou enredado por Pris e por Roy.
Mas por que ele mantinha ainda vivas aquelas criaturinhas estranhas que vagavam pela sua oficina? Ele não reproduzia com isso o comportamento de qualquer gênio criador, que quer suas criaturas por perto para valorizar sua capacidade criativa? Ou talvez simplesmente para reduzir-lhe a solidão?
E não estaríamos todos nessa mesma situação?