O que eu aprendi em Paris
Talvez seja aprender a voltar a maior lição de uma viagem. Conhecer outros países, outras culturas, outras histórias e pessoas é uma experiência obrigatória para que a vida humana seja completa. Infelizmente isto ainda está longe de ser realidade para a grande maioria. Espero que possa ser um dia.
Conhecer a Cidade Luz sempre fora um objetivo. Arte, beleza, história. Não me faltavam motivos para colocar como meta estar e sentir esta cidade. Fui a Paris em uma época de violência e desumanidade. Em meio a um atendado terrorista e a crise migratória na Europa, a bela Cidade Luz estava triste. Talvez eu também estivesse. Fui sozinho. Estava sozinho.
Aprendi que viajar sozinho é sentir na pele a convivência consigo mesmo. Conhecer o mundo é também um processo de auto conhecimento. Aprendi meus limites, minhas saudades, minhas vontades. No berço da civilização ocidental senti a história que circundava meu corpo como o vento gelado do outono europeu. Mas aprendi também que os belos museus, ruas e fontes são história mas são vivos. Cada passo me fazia sentir a beleza. E é tanta que não havia espaço para tristeza.
Não consegui viver a cidade tanto quanto gostaria, tanto quanto minha alma pedia. Pouco vi, mas muito senti. E não sou mais o mesmo. Queria ficar. Mas aprendi a voltar. E Aprendi que a volta guarda as saudades, as ausências, e aquilo que saberei aproveitar ainda mais na minha terra, com a minha gente. Não foi Paris, somente, fui Eu em Paris. Foi os olhos que usei para ver a cidade. Foram os olhos que aprendi a usar para ver o mundo através do espelho.