Pra sempre não existe

Aos desatentos (as) apaixonados (as), eu digo e repito: pra sempre não existe!
E aos que insistem em inventá-lo, eu digo: um dia ele há de acabar. Não é pessimismo, é minha verdade.
É minha verdade acreditar que todos os dias, é preciso inventar e reinventar um amor e uma razão para amar algo ou alguém. Porque acreditar em pra sempre e como deixar que o tempo se encarregue desse amor. E o tempo... O tempo às vezes nos faz esquecer a emoção do primeiro beijo, o primeiro toque das mãos e de quantos mistérios é preciso desvendar num olhar.
Faz-nos perder a capacidade de surpreender um amor com palavras ou atitudes. Às vezes o tempo não nos dá tempo de cometer loucuras de amor, feito qualquer bobo apaixonado.
E o tempo e o pra sempre que parece sempre contínuo, um dia há de te enganar. Afinal, quem nunca se pegou arrependido dizendo: ah! Se eu pudesse voltar no tempo...
Esse “amor inventado’’ não cultiva um pra sempre no tempo. Esse mesmo amor precisa ser cativado, mas sem promessas e com surpresas.
Esse amor precisa saber que o pouco tempo dedicado é o que o torna importante e único no mundo. Este amor inventado sempre pede pra saber o quanto é amado, muito embora já pareça uma velha canção para quem o declara.
Um amor não precisa de um Pra Sempre. Como disse o poetinha, ele precisa ser: “infinito enquanto dure".
Samella Velez