O que seriam de nós se não fossem os outros?
Deveria ser este nosso questionamento todos os instantes em que temos que direcionar nossa mente e coração para decidir qual caminho seguir.
O livre arbítrio que nos é concedido é amplo, mas temos a sabedoria necessária para saber se pensamos por nós ou com a ajudinha do nosso próximo?
Que conselho sempre é útil (independente de ser favorável ao que intuímos), não há discussão. No entanto, momentos existem em que nos deixamos levar pelo que o ser humano ao lado acha ser certo e melhor. Deixamo-nos passar por inferiores e subjugamos nossa capacidade. Prendemos nossos verdadeiros desejos em uma caixa intocável e, como uma felicidade clandestina, somente a abrimos por segundos, quando voltamos à realidade que o outro nos mostrou e nos apropriamos. Fizemos dela uma verdade absoluta.
Hipótese 01: aquele seu amigo que te convida para uma festa e você se sente obrigado a ir porque todos vão, todos acham legal, todos presenciarão um acontecimento divertido e você não se perdoará por ficar de fora. Você sabe que ali não encontrará alegria, mas não pode deixar de perder o “rolê” da galera porque você quer ser como eles e não confia no seu “taco”.
Hipótese 02: aquela fofoca que chega aos nossos ouvidos e te faz mudar de opinião perante o caráter de um conhecido muito querido. Deixamo-nos embriagar pela dose de veneno diário e julgamos quem é aquela pessoa? É mesmo verdade ou quem te contou tem o crédito de ser verdadeiro perante qualquer circunstância? Tem ela tanta sabedoria intelectual e moral a ponto de tornar público algo que possa ter acontecido com o outro?
Sozinhos diz para aquele ser que aparece refletido no espelho toda vez em que você se olha para ele que sabe o que quer. Não mais deixará que um sopro alheio possa mudar seu direcionamento sem seu consentimento racional. Olho no olho e você consegue se encorajar. Porém torna-se covarde a um convite para um programa que não lhe agrada. Hipócrita! Da próxima vez, será diferente...
O que estamos fazendo com a nossa liberdade que tanto nos orgulhamos em conquistar? Sabemos lidar com ela ou ainda estamos sob o domínio de uma voz mais forte, que não vem diretamente do nosso coração?
Mas os dias passam...quando questionamos o que estamos fazendo e por qual motivo. Vemos que parecemos viver presos a algo que não sabemos explicar, que parece ser vivido com um certo sofrimento. Por quê?
Já disse Chico Xavier: “Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim”. Ou como findou uma série norte-americana que introduz reflexões interessantes sobre quem somos e como lidamos com as pessoas: "Nunca é tarde demais para ser o que você poderia ter sido", George Eliot.
Que haja coragem em nos afirmarmos!