Admitem-se Pedaleiros Inteligentes e Prestimosos!
Voltando aos caos do trânsito paulistano, algumas medidas estão sendo tomadas desde muito tempo; porém, parece que o usuário mantém-se resistente e indiferente aos problemas enfrentados, mesmo sabendo que são gerados pelos mesmos. Resistencia às mudanças: esse é o ponto crucial e difícil de ser quebrado pela sociedade. Contudo, quando o engarrafamento é quilométrico devido um motivo qualquer, reclamações é o que não faltam; a “choradeira” contra a falta de rigor do Estado, Município ou do mau usuário é inerente ao próprio usuário.
Atualmente, foram implantadas as ciclovias, cuja meta para o presente ano é de 400 km. Naturalmente, é um número considerável para uma cidade que sofre com os constantes congestionamentos. No tocante a poluição de materiais particulados no ar, a probabilidade é de uma redução significativa; tornando o ar menos poluído e mais respirável. Porém, para que se obtenha êxito em tal iniciativa, o Paulistano tem que quebrar com o paradigma da resistência, abrindo mão do carro e usando a solícita e profícua “magrela”.
Segundo o louco dotado de genialidade, Albert Einstein, “Viver é como andar de bicicleta: É preciso estar em constante movimento para manter o equilíbrio”. Portanto, resistência e sedentarismo não são frentes para o bem estar individual e muito menos, coletivo. De nada adianta ter, (bem ou mal) uma malha urbana de ciclovia se não há usuários que pensem em viver sob os princípios da qualidade de vida. Usando-me apenas como escritor, abaixo segue a carta/manifesto endereçada aos Paulistanos:
“Ah, meu nome? Alcunharam-me de “Magrela”, o que testemunhado pela verdade nem ligo, pois, mesmo se fosse gordinha não teria nenhum trauma com a balança e o espelho. Estão tentando resgatar-me, porém, mal sabe os doutos e letrados que fui objeto de uso e prazer de Albert Einstein; imaginem: Einstein, e não esses desqualificados que padronizam o padronizado povo. Deixe que o câncer da poluição coma-lhes as vísceras, intestinos e estômago. Alias, dizem que o peixe morre pela boca, porém, há umas espécies que hão de morrer pelo comodismo e sedentarismo. Deixo o alerta: pratique esporte, ame e adote o seu coração antes que o médico cardiologista ame e adote-o em seu lugar. Coração desprezado, vai hoje passa amanhã, recompensa-o pelo desprezo".
"O que descrevi não é desabafo, convivo excelente bem com o que tenho: que são os pedais, selim, guidão, raios, pneus, câmaras de ar, quadro, aros, meu corpinho esbelto e coisas mais; e o poder de proporcionar muito, mas muito prazer. Para quem valoriza-me e me dá o devido valor, recompenso-o com o orgasmo do deus supremo dos pedais. Outro ponto: sem essa bazófia que é impossível tirar-me do anonimato numa cidade grande; porque sou aclamada em megalópes europeias; o nome deste asilo o qual estou encravada chama-se cultura do consumo do petróleo. Agora entende porque fui venerada por Einstein? Inteligência, pensamento e espírito evoluído. Embora em outros tempos, tenha me jogado nas mãos de qualquer mundano, ultimamente tenho escolhido os bons e merecedores para liberar o meu êxtase, sussurros e gemidos; portanto meus caros, pensando em vocês, eu e as ciclovias admitimos inteligentes e prestimosos Pedaleiros. Bem vindos ao inebriante viver sobre duas rodas"!