9 fotografias que ilustram o idealismo de Monteiro Lobato pela escrita
Vista panorâmica do mar de montanhas que banham os vales e inundam os fiordes da região da aconchegante cidadela que herdou o nome do filho mais ilustre dela.
Monteiro Lobato. Quem foi esse senhor de bigode vassourinha que encobria um sorriso dissimulado e irônico em seus textos? Quem é esse escritor que gargalhava às furtivas ao ouvir que sua literatura era para criança; zombava do fracassado sistema político da época e previa que trocariam os sabores, mas as pizzas seriam loteadas para as mesmas moscas aliadas no futuro; criticava intempestivamente o brasileiro, chamando-o, inclusive de indolente e incapacitado "Jeca Tatu"?
Deixando de lado esse capítulo sério da literatura brasileira para um segundo artigo, o leitor conhecerá através de 9 fotos um pouco do acervo e como o escritor fazia de seu recinto, o silêncio recolhedor tão necessário à sua escrita.
Defensora fervorosa da obra de Monteiro Lobato, a professora Maria Lúcia é uma espécie de tia Anastácia que recebe os visitantes e guarda com sete chaves e bastante ciúmes o acervo histórico e as relíquias memoriais do escritor.
No casarão Lombatense podia faltar espaço para outras coisas, menos para um bate papo descontraído sobre escrita, literatura, artes e ideias entre artistas, amigos e escritores. E no rodopio transcendente do tiritar, as mentes bêbadas fervilhavam e batiam palmas ladeadas pelo caos.
Neste quarto, Monteiro punha a cachola para trabalhar em prol da escrita. Depois ressonava tranquilo observado pelo deus da correção ortográfica.
Era nessa cachoeira que o escritor banhava sua pena, sem pena, com letras vívidas e cristalinas. Ficava horas e horas, recolhido debaixo das árvores, ouvindo a inspiração proveniente da Natureza. Monteiro entendia que todo escritor que se preza, tem que desnudar a folha de papel, impregnando nela, o encontro íntimo de si, consigo. Para ele, a Literatura de um povo deve ser escrita com conhecimento de causa e sentimento de nacionalismo na ponta da pena, que é o coração do escritor.
Esse papagaio fêmea, remonta os tempos idos e ao ver os estranhos por perto da casa, chama atenção de sua senhora: "tem filhote estranho no ninho, tem filhote estranho no ninho. Acho que é gente inculta que desconhece as grandiosas obras da Literatura brasileira; se não, gente estranha que conhece Disney, mas não sabe em que estado do país residia (fica o município de) Monteiro Lobato, mamãe"!
Com seus olhos atentos, além da hilaridade e bom humor, o papagaio ensina que para rabiscar uma arte qualquer na tela, ler a literatura infantil de Monteiro e felicitar a criação, basta retirar o mofo, limpar as ideias caducas da mente.
P.S.: O imperceptivo - os céticos que enxergam com os ouvidos e ouvem com os olhos tapados - faz e refaz as tarefas e nunca aprende. Por fim, desisti de fazer.
O sagaz de sentidos faz e refaz as tarefas e aprende com os erros. Motivo de continuar sempre fazendo as mesmas coisas pela repetição.
Já o escritor ocioso é arredio de princípios e ideais e nunca se propõe a fazer as tarefas dos homens comuns, porém é vivaz e usa o discernimento e a sabedoria para aprender com os erros dos feitores. Por isso, tem mais tempo para pensar a criação; e assim feito, transformar suas ideias em escritas artísticas. Monteiro Lobato está nesse seleto grupo... e numa época que ninguém sonhava com a existência do ouro negro líquido em solo brasileiro, ele afirmou categoricamente que o Brasil é riquíssimo em petróleo; fato que os imperceptivos e sagazes debocharam deslavadamente.
Por não dar ouvidos e menos ainda, capacidade de entendimento para pensar a possibilidade, os bestiais Jeca Tatus e os sagazes incrédulos botaram tudo a perder, começando pelo ouro negro que jorra aos borbotões das profundezas da terra. Sem maiores lamentos, a ruína eterna é aliada da pobreza cultural de um povo. E se isso redunda no fim das artes; das ideias, é o sepultamento. Portanto, durma em paz acalentado por esse barulho de ideias ensurdecedoras Monteiro!!
Fotos pertencentes ao autor do texto