Inside Out - uma perspectiva animada da delicadeza de ser humano
Uma produção da Pixar, juntamente com a Disney, o filme é dirigido por Pete Docter - conhecido por dirigir outras animações como Up, Monsters, Inc., Toy Story - Um mundo de aventuras e WAAL-E (Outros longas que nos trazem lindas lições)- foi lançado dia 18 de junho e conta com cerca de uma hora e meia.
A história começa como todas as histórias começam - ao nascer. É daí que experienciamos o primeiro contato com o mundo, e podemos dizer que é aí que também nasce a nossa Alegria? Pois bem, brevemente chega a Tristeza, o Medo, a Raiva, o "Nojinho"- Esses cinco elementos são uma espécie de administradores da personalidade de Riley, uma garotinha que nos mostra sua infância de maneira um tanto quanto comum, mas revelando-nos a sua perspectiva, a sua percepção acerca dos fatos, que são regulados pelos cinco sentimentos básicos em forma de personagens na trama.
Suas lembranças são guardadas em bolas com cores correspondentes ao sentimento que remete à lembrança, seja ele - alegria, tristeza, raiva ou nojo (repulsa). E assim vai sendo construída a personalidade de Riley com os anos. Tudo parecia bem, a alegria sempre estava no controle, mas o imprevisto aconteceu. Os pais de Riley - que já estava com seus 11 anos - tiveram que se mudar para uma nova cidade e é aí que tudo entra em choque.
De início, a Alegria, toda positiva, cria expectativas que acabam, posteriormente, sendo frustradas. Seus companheiros a pressiona, mas ela consegue ainda ter boas perspectivas, ideias e continua fazendo tudo que pode para assumir o controle da vida de Riley.
Mas em um incidente, a Alegria e a Tristeza que estavam em conflito, acabam sendo transportadas para fora da sala de controle e o caos é instalado. De um lado, Riley enfrentando a nova escola, a nova casa, tudo novo, enquanto do outro, na sala de controle, o Medo, "o" Raiva e "a" Nojinho tentam consertar a situação, claro, da forma que lhes cabem. A Alegria sempre positiva, perdida com a Tristeza, procura todos os caminhos possíveis para voltar à sala de controle e tomar posse do seu "cargo", utilizando os atalhos da mente de Riley.
A maior parte do longa se passa nesse cenário. E entre várias tentativas, claro, nenhum filme da produção da Disney nos presenteou com um final triste, ou totalmente triste - Coisas se perdem, mas outras coisas se ganham.
É realmente uma animação que me conquistou por inteira. Me emocionou e me sequestrou de mim mesma, ao mesmo tempo que me trouxe revelações que nem sabia que pudessem existir.
O longa nos mostra o quanto é complexo sermos quem somos, o quanto nossos sentimentos podem controlar nossas ações e o quanto as nossas lembranças podem ditar a maneira como enxergamos o agora. Entre tantas reviravoltas, conseguimos rir, chorar e nos encontrar pensativos, esperançosos, torcendo para que no final tudo pudesse dar certo.
Por fim, nos mostra que a vida não é somente constituída de alegria ou de tristeza, raiva, medo ou nojo, mas que todas essas sensações, sentidos, significados e momentos são construídos por uma mistura deles, que nos embriaga, que nos enfraquece ao mesmo passo que da força. Como uma montanha russa, entre seus altos e baixos, porque não tudo ao mesmo tempo, tudo agora, tudo de uma vez? Viver é isso, um turbilhão de sensações. Parafraseando Paula Fernandes - "Eu me aqueço, eu endureço, eu me derreto, eu evaporo e caio em forma de chuva, eu reconheço, eu me transformo."