A força e a beleza revolucionária da mulher curda
Com o estourar da guerra civil na Síria em 2011 o povo curdo tratou de organizar sua própria defesa. O PYD (Partido da União Democrática) ligado ao PKK (Partido dos Trabalhadores do Curdistão) havia organizado um exército popular, o YPG (Unidades de Defesa do Povo) e, nesse contexto, foi ainda organizado uma força de defesa das mulheres, o YPJ (Unidade de Defesa das Mulheres).
Os curdos foram os responsáveis por impedir que a guerra civil síria atingisse os territórios de maioria curda e, na sequência, trataram de defender esse mesmo território do cerco e avanço das forças do Estado Islâmico. Durante mais de 4 meses, Kobane esteve sitiada e quase capitulou mas conseguiu sobreviver com o heroísmo das forças curdas dentre as quais se destacam as lutadoras mulheres.
As forças curdas formaram um curdistão sírio ou curdistão do oeste, também chamado de Rojava. Trata-se de território com autonomia política e militar que formou um escudo social para os curdos diante do governo sírio e das forças do Estado Islâmico. Rojava (oeste em curdo), inclui Kobane e outras sete cidades na fronteira entre a Síria e a Turquia. A forte participação das mulheres tem um valor especial porque implicam uma dupla derrota para os facínoras do Estado Islâmico. Os radicais islamistas acreditam que não irão para o céu se forem mortos por mulheres e, assim, temem sobretudo as balas das combatentes do YPJ.
Rojava é o fato político mais importante do momento. Trata-se de uma revolução social, com forte participação feminina, que se impôs como forma de assegurar a sobrevivência curda ante o despotimo do governo sírio e o horror do Estado Islâmico.
Obs: as fotos foram retiradas das páginas do YPG e YPJ no Facebook.
Arin Mirkan. A heroína curda, mãe de dois filhos que, cercada pelo Estado Islâmico, explodiu o corpo e matou mais de 27 membros do grupo facínora.
A forma como são representadas combatentes mortas