Pedantismo
É incalculável a quantidade de pessoas intelectualmente inseguras que tentam, a todo custo, sanar suas incertezas e fraquezas através da exposição exaustiva de sentenças decoradas, de expressões exaustivamente memorizadas, sem nenhuma relação mais profunda, sem um entendimento abrangente.
Através da reprodução de frases daqueles que são considerados geniais, os prepotentes sanam sua insegurança, confundindo e subjugando aqueles que ouvem seus discursos enfadonhos e superficiais; as metralhadoras de decorebas estão por toda parte, dando um tom de segurança a expressões que elas são incapazes de compreender.
Como muitas outras coisas presentes em nossas vidas, o verdadeiro motivo de tanta falácia permanece oculto, sendo substituído por máscaras de personalidade e pela valorização de falsas morais e inteligências, que escondem os verdadeiros sentimentos e proporcionam, ao indivíduo que faz uso desses subterfúgios, uma falsa satisfação.
Por que as pessoas não podem ser realmente sinceras? Por que são raros aqueles que expressam o que realmente se passa em suas mentes? Aquela que deveria ser a nossa conduta mais comum é a mais rara, quase ninguém é sincero, poucos são os que têm coragem de dizer aquilo que sentem; ao invés de expressões verdadeiras deparamo-nos com discursos prepotentes, que almejam subjugar e rebaixar os interlocutores, para criar uma falsa sensação de superioridade, de segurança. Tudo é uma grande competição, para essas pessoas, uma guerra de egos, onde todos devem permanecer isolados, resguardando os verdadeiros sentimentos e competindo sem parar, uns contra os outros.
Essa estrutura intrínseca é percebida por nós, quando nos deparamos com discursos prepotentes e vazios, que, infelizmente, são encontrados aos montes por aí. Não é exagero quando se diz que estamos isolados e entediados em meio àqueles que falam de forma veemente e escandalosa, exprimindo absolutamente nada.