Breve ensaio sobre o escritor
Adaptação visual do famoso Quadro "Retrato de Fernando Pessoa" de Almada Negreiros.
Um dia você descobre que escreve... e esse dia é ímpar!
Foi assim comigo, quando aos meus quatorze anos escrevi meu primeiro poema... já nem lembro qual – pasmem! - mas era uma declaração de amor juvenil... disso lembro. O absurdo dos absurdos é que desde lá só involuí. Explico: receio que escrevesse bem melhor naqueles tempos. Era com a alma e eu era muito menos instruído, tinha só o pouco tempo de vida e a pureza como experiências.
Sim. Escrever é algo que independe de saber. Aliás, pelo contrário: quanto menos se sabe, mais pura é a escrita e é justamente por isso que os poemas mais lindos que você lerá sobre a vida foram escritos por um pastor, o genial Alberto Caeiro, pseudônimo do inacreditável Fernando Pessoa, que agindo como Deus, estando ele para a escrita, mal comparando, achou por bem criar um homem tosco, cuja vida era a única experiência que "Nasceu em Lisboa, mas viveu quase toda a sua vida no campo. Não teve profissão, nem educação quase alguma, só instrução primária; morreram-lhe cedo o pai e a mãe, e deixou-se ficar em casa, vivendo de uns pequenos rendimentos. Vivia com uma tia velha, tia avó. Morreu tuberculoso.", para fazer seus melhores poemas, estupendas divagações sobre a vida e as lembranças.
Assim é a escrita.
Eu escrevo porque sou o Alberto Caeiro de mim e não porque eu tenha qualquer formação que me ajude. Eu me pretendo Alberto Caeiro. Me pretendo nada além de experiências.
Foto livremente extraída de pixabay.com/pt/.
Deus repousa onde há pureza, e é ponto pacífico que a maestria das coisas esteja justamente na simplicidade que detêm: são divinas porque são inacreditavelmente desprovidas de ambição, ganância... e o seu esteio é unicamente a vontade mais profunda de se fazer sentir vivo por meio delas, de produzir algo que fique para sempre, no meu caso, algo literário que se leia daqui a seiscentos anos... quem sabe um novo “Os Lusíadas”, se sonhar posso e a mim me cabe!
Eu me inspiro e me excito para escrever...
Por isso, não me pergunte a minha formação... não me pergunte o que faço da vida! Deixe para ver com os seus olhos, ao me ler. Deixe para ver, e para ter certeza por ver, que faço isso com amor e que sou pronto para o que faço: te garanto que fica mais mágico ainda por você não saber de que componente sou feito... quais as minhas aptidões – que, suponho, não sejam muitas... vá lá: escrever é um dom! Te prometo fazer com o melhor de mim, dar as minhas opiniões sinceras... esse é quem sou!
Não te esqueças, esse é o nosso acordo!
Se te basta saber, sou carioca, tenho trinta e tantos anos, quase quarenta... e só não digo quantos ao certo porque odeio características, mas são todos bem vividos, muito bem vividos... que me bastam e que me fazem um homem repleto de andanças e experiências, inclusive na vida cultural.
Foto livremente extraída de pixabay.com/pt/.
E o mais importante: amei. Amo! Falo sobre mulheres. Falo sobre a mulher. Sim, eu tenho ela! Essa mulher, que me inspira... a tal musa!
No campo profissional, sou Servidor Público Federal e sempre coloco em maiúsculas, porque vivo disso e faço com a melhor das intenções: honro o cargo que conquistei por meio de concurso público. Não diria que faço porque gosto, mas gosto imensamente de fazer bem feito!
Vivo do meu trabalho, mas respiro para amar e para escrever.
É disso que sou feito... duvido que encontre melhor por aí!