Desdobramentos do Golpe
Conforme a história nos tem exaustivamente mostrado, governos golpistas, portanto sem legitimidade popular, recorrem, via de regra, a práticas que visam a eliminar qualquer tipo de oposição.
Seguindo esta cartilha, o governo Temer tem tentado calar vozes discordantes na mídia alternativa, nas instituições de ensino e em movimentos sociais.
Ao tentar extinguir o Ministério da Cultura, logo em seus primeiros dias no poder, Michel Temer, ainda em caráter interino, objetivava enfraquecer a classe artística, setor geralmente associado a contestação de regimes ilegítimos.
Não obstante, muitos blogueiros progressistas também perderam patrocínios do governo federal. Em governos direitistas, somente a grande mídia pode receber apoio público.
Durante os jogos olímpicos, quando todas as atenções do planeta se voltaram para o Brasil, torcedores foram impedidos de se manifestarem contra os rumos antidemocráticos que nosso país vem tomando.
Já o anúncio de cortes de recursos para a educação procura combater outro histórico foco de resistência a mandatários ilegítimos.
Professores e estudantes estão entre os principais grupos sociais que têm sistematicamente denunciado o golpe.
De acordo com a ótica neoliberal dos golpistas, é preciso sucatear a educação para, posteriormente, promover a sua privatização. Parece que os tempos sombrios da Era FHC estão de volta.
Consolidado o golpe, o governo não se limitou ao uso de violência simbólica.
Nos últimos dias, tornou-se recorrente o recurso à violência física. Manifestações contrárias ao mandatário golpista têm sido duramente reprimidas pelas forças policiais.
Diante dessa realidade, somente a mobilização popular pode vencer o Golpe de Estado em curso no Brasil.
Ao contrário do que pensam os indivíduos mais ingênuos, o parlamento e o judiciário não vão restabelecer a democracia no país, pois essas instituições são justamente parte do golpe.