Fascismo e neoliberalismo na educação brasileira
Ao que tudo indica, o próximo governo federal pretende colocar em prática uma política educacional que alia elementos fascistas e neoliberais (dois termos que estão mais próximos do que muitos imaginam).
O caráter fascista diz respeito a projetos que visam tolher a autonomia do professor em sala de aula, sob o pretexto de supostas doutrinações comunistas, cientificismos educacionais ou o ensino de "ideologias de gênero".
Tais ideias delirantes estão presentes em projetos como o chamado "Escola Sem Partido" que, se aprovados, contribuirão para a proletarização do magistério (pois o professor perderá o controle sobre o seu trabalho) e para a formação de mão-de-obra alienada (pois os alunos terão acesso apenas a uma educação tecnicista).
Não obstante, professores progressistas poderão ser perseguidos e poderá ser instaurada no Brasil uma política denuncista em relação aos profissionais da educação (algo semelhante ao que ocorreu na Alemanha Nazista).
Por outro lado, o neoliberalismo na educação poderá se fazer presente no sucateamento da escola pública em benefício dos grandes empresários da educação, entre eles o próprio futuro Ministro da Educação, Paulo Guedes.
Assim, aulas à distância substituirão as aulas presenciais; o aluno cederá lugar ao "consumidor"; os professores (ou o que sobrar deles) serão "prestadores de serviço" e reprodutores de apostilas e a universidade pública gratuita de qualidade cederá lugar ao ensino como "mercadoria", voltado para o lucro e não para a construção do conhecimento reflexivo.
Em suma, a mistura entre fascismo e neoliberalismo é absolutamente nefasta e, caso seja concretizada, trará o maior retrocesso da história da educação brasileira.