O fracasso das manifestação do dia 12 de setembro e a impopularidade histórica da direita tradicional
O fracasso dos atos direitistas "Nem Lula, nem Bolsonaro" demonstram cabalmente uma das maiores premissas da política brasileira: apesar de todas as manobras, conchavos, fraudes e do poderio econômico, a direita tradicional nunca foi (e nunca será) popular no Brasil.
Entre 1822 e 1889, período imperial, não havia eleição para o cargo máximo da nação. Depois disso, até 1930, na chamada República Velha, a direita se manteve no poder por meio do voto de cabresto.
Posteriormente, vieram os quinze anos da ditadura Vargas.
No breve período democrático, entre 45 e 64, o candidato oficial da direita só venceu uma eleição, mesmo assim foi um nome improvisado: Jânio Quadros (renunciou alguns meses depois).
Após mais um longo período de autoritarismo explícito, a direita tradicional novamente teve que improvisar um nome: Fernando Collor. Assim como Jânio, ele não terminou o mandato.
Somente em 1994 e 1998, numa manobra eleitoreira amplamente apoiada pela grande mídia, que usou o Plano Real como propaganda, o candidato da direita tradicional, enfim, venceu uma eleição minimamente democrática. Mas parou por aí. Após os dois mandatos de Fernando Henrique Cardoso, a esquerda venceu quatro eleições seguidas, com Lula e Dilma Rousseff.
Foi preciso um golpe de Estado e a prisão de Lula para interromper a hegemonia petista.
Nem assim a direita tradicional venceu a eleição presidencial de 2018. Tiveram que recorrer ao fascismo de Jair Bolsonaro, aquela carta que a burguesia usa quando a "democracia" não dá mais conta de manter sob controle os ganhos do capital.
Hoje, a manobra da direita tradicional se chama "Terceira Via", com nomes impopulares como Dória, Mandetta e Ciro Gomes.
Mas não sejamos ingênuos. O inimigo da direita não é Bolsonaro, é Lula, representante do povo. Se tiverem que escolher entre o petista e o fascista, a escolha não será difícil (para eles): fecharão com o mito novamente!