"E Marcelo continuou pensando: 'Pois é, está tudo errado! Bola é bola porque é redonda. Mas bolo nem sempre é redondo. E por que será que a bola não é mulher do bolo? E bule? E belo? E bala? Eu acho que as coisas deviam ter nome mais apropriado. Cadeira, por exemplo. Devia chamar sentador, não cadeira, que não quer dizer nada. E travesseiro? Devia chamar cabeceiro, lógico! Também agora eu só vou falar assim(...)' O pai de Marcelo resolveu conversar com ele: -Marcelo, todas as coisas tem um nome. E todo mundo tem que chamar pelo mesmo nome porque, senão, ninguém se entende... –Não acho papai. Por que é que eu não posso inventar o nome das coisas?" (Ruth Rocha, in: Marcelo, Marmelo, Martelo, 1978)