Foi uma pintora, artista plástica e desenhista moderna brasileira. Filha de um rico fazendeiro do interior de São Paulo, Tarsila nasceu numa família abastada no município de Capivari, no Estado de São Paulo, a 1 de Setembro de 1886. Ela foi uma das mais importantes personalidades artísticas da primeira fase do modernismo brasileiro. Passou grande parte da vida a estudar na Europa, onde foi influenciada artisticamente. Tarsila morreu na cidade de São Paulo, a 17 de Janeiro de 1973
O pai de Tarsila herdou uma grande fortuna e diversas fazendas no interior de São Paulo, onde ela e seus sete irmãos passaram a infância. Teve uma vida privilegiada desde criança, e foi educada conforme o gosto do tempo. Sua primeira mestra, a belga Mlle Marie van Varemberg d’Egmont, ensinou-lhe a ler, escrever, bordar e falar francês. Sua mãe passava horas ao piano e também contava histórias dos romances que lia às crianças. Seu pai recitava versos em francês, retirados dos numerosos volumes de sua biblioteca. Com toda esta atmosfera cultural ao seu redor, não foi surpresa que Tarsila desenvolvesse um espírito voltado às artes.
Tarsila do Amaral estudou em São Paulo, em colégio de freiras do bairro de Santana e no Colégio Sion. E completou os estudos em Barcelona, na Espanha, no Colégio Sacré-Coeur. Casou-se com o médico André Teixeira Pinto, porém, seu primeiro casamento chegou ao fim muito rapidamente, pois o marido conservador se opunha ao desenvolvimento artístico de Tarsila. Revoltada com a imposição do marido, ela se separa, e depois de anos consegue a anulação do casamento. Com ele teve sua única filha, a menina Dulce, nascida no mesmo ano do casamento. Tarsila se separou logo após o nascimento da filha e voltou a morar com os pais na fazenda, levando a filha Dulce.
Quando decidiu se dedicar inteiramente `pintura, estudou com artistas alemães e foi à Paris para aprimorar suas técnicas. Também estudou na Academia de Émile Renard.
Apesar de ter tido contato com as novas tendências e vanguardas, Tarsila somente aderiu às ideias modernistas ao voltar ao Brasil, em 1922. Numa confeitaria paulistana, foi apresentada por Anita Malfatti aos modernistas Oswald de Andrade, Mário de Andrade e Menotti Del Picchia. Esses novos amigos passaram a frequentar seu atelier, formando o Grupo dos Cinco.
Em janeiro de 1923, na Europa , Tarsila se uniu a Oswald de Andrade e o casal viajou por Portugal e Espanha. De volta a Paris, estudou com os artistas cubistas: frequentou a Academia de Lhote, conheceu Pablo Picasso e tornou-se amiga do pintor Fernand Léger, visitando a academia desse mestre do cubismo, de quem Tarsila conservou, principalmente, a técnica lisa de pintura e certa influência do modelado legeriano.
Casou-se com Oswald de Andrade em 1926 e, no mesmo ano, realizou sua primeira exposição individual, na Galeria Percier, em Paris. Em 1928, Tarsila pinta o Abaporu, cujo nome de origem indígena significa "homem que come carne humana", obra que originou o Movimento Antropofágico, idealizado pelo seu marido.
Sua obra passou pro várias fases, no entanto, as mais famosas foram "Pau-Brasil" e "Antropofagia". A fase Pau-Brasil eram trabalhos dotados de cores e temas acentuadamente tropicais e brasileiros, onde surgem os "bichos nacionais"(mencionados em poema por Carlos Drummond de Andrade), a exuberância da fauna e da flora brasileira, as máquinas, trilhos, símbolos da modernidade urbana. Já a fase antopofágica possui influências estrangeiras, como no ritual canibal (em que se devora o inimigo com a crença de poder-se absorver suas qualidades), para que a arte nacional ganhasse uma feição mais brasileira.
Suas exposições tinham a tendência de serem polêmicas, devido à sua mente aberta a novos conceitos e estlos artísticos para uma época tão conservadora.
Devido à crise de 29, da Bolsa de Nova Iorque, Tarsila e sua família perde muito dinheiro, neste mesmo ano, separa-se de Oswald de Andrade. Esta conturbada fase de sua vida a fez aprofundar-se ainda mais no universo artístico. Após algum tempo, ela viaja à União Soviética e vende alguns quadros com seu novo marido, o psiquiatra paraibano Osório César, que a ajudaria a se adaptar às diferentes formas de pensamento político e social, o que a fez sensível aos problemas sociais e da classe operária.
Por participar de reuniões políticas de esquerda e pela sua chegada após viagem à URSS, Tarsila é considerada suspeita e é presa, acusada de subversão. Em 1933, a partir do quadro “Operários”, a artista inicia uma fase de temática mais social, da qual são exemplos as telas Operários e Segunda Classe. Em meados dos anos 30, o escritor Luiz Martins, vinte anos mais jovem que Tarsila, torna-se seu companheiro constante, primeiro de pinturas depois da vida sentimental. Ela se separa de Osório e se casa com Luiz, com quem viveu até os anos 50.
A partir da década de 40, Tarsila passa a pintar retomando estilos de fases anteriores. Expõe nas 1ª e 2ª Bienais de São Paulo e ganha uma retrospectiva no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM) em 1960. É tema de sala especial na Bienal de São Paulo de 1963 e, no ano seguinte, apresenta-se na 32ª Bienal de Veneza.
Separa-se de Luís e vive o resto de sua vida sozinha. Por causa de um erro numa cirurgia de coluna, fica paralítica, permanecendo em cadeira de rodas até seus últimos dias.
Em 1966, Tarsila perdeu sua única filha, Dulce, que faleceu de um ataque de diabetes. Por causa do ocorrido, a artista torna-se adepta do espiritismo e passa a doar parte da venda dos seus quadros a uma instituição administrada por Chico Xavier, de quem se torna amiga.
Tarsila do Amaral é considerada a artista-símbolo do modernismo brasileiro.