Woodstock divisor de décadas
Woodstock é um documentário sobre o Festival de Woodstock lançado em 1970. Foi dirigido por Michael Wadleigh, e editado por Martin Scorsese e Thelma Schoonmaker, entre outros. Foi indicado ao Oscar de "Melhor Trilha-Sonora", "Melhor Edição" e "Melhor Documentário".
Em 1994 foi lançada a versão oficial do diretor, expandida para 225 minutos. Em 1996, a edição original foi selecionada para preservação no Registro Nacional de Filmes da Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos por seu "significado cultural histórico e estético".
A década de 60 representou, no início, a realização de projetos culturais e ideológicos alternativos lançados na década de 50. Os anos 50 foram marcados por uma crise no moralismo rígido da sociedade, expressão remanescente do Sonho Americano que não conseguia mais empolgar a juventude Americana. A segunda metade dos anos 50 já prenunciava os anos 60: a literatura beat de Jack Kerouac, o rock de garagem à margem dos grandes astros do rock (e que resultaria na surf music) e os movimentos de cinema e de teatro de vanguarda, inclusive no Brasil.
Década de 1960 pode ser dividida em duas etapas. A primeira, de 1960 a 1965, marcada por um sabor de inocência e até de lirismo nas manifestações sócio-culturais, e no âmbito da política é evidente o idealismo e o entusiasmo no espírito de luta do povo. A segunda, de 1966 a 1968 (porque 1969 já apresenta o estado de espírito que definiria os anos 70), em um tom mais ácido, revela as experiências com drogas, a perda da inocência, a revolução sexual e os protestos juvenis contra a ameaça de endurecimento dos governos.
É ilustrativo que os Beatles, banda que existiu durante toda a década de 60, tenha trocado as doces melodias de seus primeiros discos pela excentricidade psicodélica, incluindo orquestras, letras surreais e guitarras distorcidas. "I want to hold your hand" é o espírito da primeira metade dos anos 60. "A day in the life", o espírito da segunda metade.
Nesta época teve início uma grande revolução comportamental como o surgimento do feminismo e os movimentos civis em favor dos negros e homossexuais. O Papa João XXIII abre o Concílio Vaticano II e revoluciona a Igreja Católica. Surgem movimentos de comportamento como os hippies, com seus protestos contrários à Guerra Fria e à Guerra do Vietnã e o racionalismo. Esse movimento foi também a chamado de contracultura. Ocorre também a Revolução Cubana na América Latina, levando Fidel Castro ao poder. Tem início também a descolonização da África e do Caribe, com a gradual independência das antigas colônias.
No entanto esta década começou já com uma grande prosperidade dos países ricos. Por exemplo com a explosão do consumo, 90% dos americanos tinham televisão em 1960 e uma em cada três famílias inglesas tinha automóvel em 1959.
Década de 70 foi a época em que aconteceu a crise do petróleo, o que levou os Estados Unidos, o Brasil, a Suécia e o Reino Unido à recessão, ao mesmo tempo que economias de países como o Japão e Alemanha, na época Alemanha Ocidental começavam a crescer. Nesta época também surgia a defesa do meio ambiente, e houve também um crescimento das revoluções comportamentais da década anterior. Muitos a consideram a "era do individualismo". Eclodiam nesta época os movimentos músicos das discotecas e também do experimentalismo na música erudita.
Pela televisão, o mundo se tornou infinitamente menos secreto. Richard Nixon, o presidente americano deposto pelo caso Watergate, foi uma "personalidade" típica das telas de televisão dos anos 70. Sua saída do governo foi festejada pela população dos Estados Unidos e o resto do mundo acompanhou todo o escândalo "de perto", através da tela da televisão.
Revolução dos Cravos em Portugal (25 de Abril de 1974) e a independência das então colónias portuguesas em África: Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe. Timor-Leste também proclamou a sua independência em 1975, mas foi imediatamente invadido pela Indonésia, uma ocupação que durou até 1999.
Na União Soviética, sob a gestão neo-stalinista de Brejnev, a economia caminhava progressivamente, o que permitiu tornar o exército vermelho o mais poderoso e influente no mundo, atemorizando os norte-americanos, que preferiram tomar o caminho da paz, nas gestões de Richard Nixon, Gerald Ford e Jimmy Carter.
Neste período, as corridas espacial e armamentista se encerraram, dando lugar a um progresso humanístico, que visava não o interesse individual das potências, mas sim da humanidade, o período da chamada humanidade progressista.
Em Angola e Moçambique estalaram guerras civis (a guerra civil de Angola e a Guerra de desestabilização de Moçambique) com grande envolvimento de outros países, dentro do contexto da guerra fria. Ao mesmo tempo, intensificavam-se as lutas de libertação da Rodésia (que ascendeu à independência em 1980) e da Namíbia, que só se libertou da África do Sul com a derrocada do regime do apartheid na África do Sul, em 1990.
Em vários estados democráticos, especialmente no Japão, na França e na Suécia, mas também naqueles em que vigiam regimes ditatoriais, Espanha, Grécia e países do Cone Sul, os anos 1970 foram marcados por violência política, luta armada e terrorismo de esquerda e de direita, bem como pelo endurecimento do aparato repressivo estatal.
Termina a Guerra do Vietnam, com a derrota dos Estados Unidos e reunificação do país.Leonid Brejnev e Richard Nixon, durante a década de 1970, uma distensão entre a União Soviética e os Estados Unidos gerou um clima de paz e levou a corrida espacial e armamentista ao seu término.Ausência de combustíveis em 1973-74, durante a crise do petróleo.
Economia mundial, e particularmente a dos Estados Unidos, entra em recessão após a crise do petróleo de 1973, quando a OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) triplica o preço do barril de petróleo. Tal fato ocorreu como retaliação dos países árabes, maioria dos constituintes da OPEP, aos Estados Unidos por estes terem apoiado Israel na Guerra do Yom Kippur, neste mesmo ano. Em 1975, o Brasil cria o Pró-álcool, programa para a produção de álcool hidratado a partir da cana-de-açúcar, para utilização como combustível automotivo.
Em 1979 uma nova crise do petróleo preocupa o Ocidente, desta vez motivada pela queda do Xá do Irã, Mohammad Reza Pahlavi, então aliado dos Estados Unidos. A queda do Xá permite a ascensão ao poder do Aiatolá Komeini, líder muçulmano xiita e inimigo declarado de Israel. Mais uma vez, agora por pressão do Irã, o petróleo é usado como arma e tem seu preço duplicado em detrimento dos Estados Unidos, maior consumidor mundial e histórico aliado de Israel.
Na União Soviética, aproveitando-se da crise do petróleo, a economia chega ao seu auge, permitindo aos cidadãos um conforto material relativamente alto.
Durante toda a década, o Brasil é governado por uma ditadura militar. A ditadura atingiu o auge de sua popularidade na década de 1970, com o "milagre brasileiro", no mesmo momento em que o regime censurava todos os meios de comunicação do país e torturava e exilava dissidentes. O regime militar brasileiro inspirou o modelo de outras ditaduras por toda a América Latina, através da sistematização da "Doutrina de Segurança Nacional", a qual justificava ações militares como forma de proteger o "interesse da segurança nacional" em tempos de crise.
