DESAFIO GLOBAL
Do espaço, o que se vê uma bola frágil e pequena, dominada não pela obra do homem, mas por uma disposição ordenada de nuvens, oceanos, vegetação e solos. O fato de a humanidade ser incapaz de agir conforme essa ordenação está alterando fundamentalmente o sistema planetário.
Muitas dessas alterações acarretam ameaças a vida. Esta realidade nova, da qual não há como fugir, tem de ser reconhecida e enfrentada.
Felizmente,esta realidade nova coincide com fatos mais positivos e também novos neste sêculo. Ë possível fazer informações e bens circularem por todo planeta com uma rapidez precedentes; ê possível produzir mais alimentos e mais bens com um menor investimento de recursos; a tecnologia e a ciência de que dispomos nos permitem, ao menos potencialmente, examinar mais profundidade e compreender melhor os sistemas naturais.
Do espaço podemos ver e estudar a terra como um organismo cuja saúde depende da saúde de todas as suas partes. Temos o poder de reconciliar as atividades humanas com as leis naturais; e de nos enriquecermos com isso. E nesse processo nossa herança cultural e espiritual pode fortalecer nossos interesses econômicos e imperativos de sobrevivência.
Os inumeros problemas graves resultantes da ação e da proliferação do homem são capazes de ameaçar a vida no planeta e, hoje em dia, já não podem mais ser equacionados a curto prazo, embora o conhecimento, a ciência e a tecnologia humana não sejam ainda insuficientes para, por si só, reverter o processo.
A espécie humana com a ajuda das indústrias de que ela depende, alterou de modo significativo os principais ciclos químicos do planeta. Incrementamos o ciclo de carbono em 20%, o do nitrogênio em 50% e do enxofre em mais de 100%. Multiplicamos o fluxo de toxinas da água, do ar e das cadeias alimentares. Reduzimos a cobertura verde do planeta, enquanto que os produtos de nossa fábricas alcançam as camadas superiores da atmosfera e penetram profundamente nos oceanos.
Conforme vem crescendo nosso população, também vão se ampliando estas pertubações. (James E. Lovelock - Elementes in E/Atlas Gaya de la Gestion del Planeta - Hermann Blunc). Desmatamentos, perda de solos férteis e desertificação, poluição e contaminação do ar e das águas; esgotamento de recursos naturais reno váveis ou não; crise energética; efeito estufa; precipitação ácida; inversão térmica, destruição da camada de ozónio; ameaça nuclear e lixo atômico; a riqueza, a voracidade do consumo e o desperdício; a miséria, a forma e a desigualdade; a crescente pressão sobre os recursos alimentares; a destruição de habitats e a extinção de espécies; a erosão genética; a explosão demográfica, eis al gumas das ameaças que pairam sobre o planeta e a vida, sobre o homem e seu patrimônio material e espiritual.
Entre os poucos elementos do planeta vivo que podem atuar rapidamente em resposta aos perigos que ameaçam o sistema global , com a rapidez suficiente para impedir grandes pertubações e,inclusive, a mudança para uma série de condições totalmente novas, esta a própria humanidade. Jã não podemos voltar atrás. Não podemos confiar na "toda poderosa" Mãe NATUREZA para reparar erros.Temos o poder de vida e de morte sobre o nosso planeta e a maior parte de seus habitantes.
Nossa diversificada estrutura de poder, com grupos de interesses especiais em continua multiplicação, com suas organizações de aldeias, agrupamentos regionais e organizações transnacionais, significa que podemos realizar uma ação efetiva - simultânea e globalmente - visando um objetivo coordenado e dispondo de toda uma série de meios".
"Podemos inclusive criar soluções na mais pequena das localidades para fazer frente as situações concretas e ainda assim contribuir positivamente para um programa mais amplo. ("La Salvaguardia del frágil milagro in Atlas Gaya de la Gestion del Planeta. Hermann Blume).
O planeta era um grande no qual as atividades humanas e seus efeitos estavam claramente compartimentados dentro de nações, de setores (energia, agricultura, comércio) e de amplas áreas de interesse (ambiental, economico, social). Esses compartimentos começaram a se diluir. Isto se aplica em particular as várias "crises" globais que preocupam a todos, sobretudo nos últimos 10 anos. Não são crises isoladas; uma crise ambiental, uma crise do desenvolvimento, uma crise energética. São uma só.