Money que é good nóis num have
As redes sociais são tóxicas. Elas nos mostram um objetivo a ser alcançado tomando como exemplo o sucesso e prosperidade de outras pessoas. Queremos ser que nem eles, reconhecidos como autoridades em nossas áreas e com muitos seguidores. Ao mesmo tempo, não queremos seguir ninguém que, assim como nós, almeja chegar lá.
O impasse está formado: queremos ser ouvidos num lugar em que todos falam, poucos escutam. E até quem escuta, de um modo geral tem por objetivo se destacar para, num futuro próximo, vender um curso imprescindível sobre como ter sucesso.
E esse sucesso que todos buscam é visto como a fórmula para a realização pessoal. Mas se assim fosse, por que os que chegaram lá ainda continuam nesse looping infinito de querer ser notado? Por que nunca é o bastante?
Somos levados a crer que se tivéssemos fama e/ou muito dinheiro, não teríamos mais problemas na vida. Mas um estudo da Business School de Harvard concluiu que mesmo os ricos não sentem seguros o bastante em matéria de dinheiro. Segundo grande parte dos milionários entrevistados, isso só mudaria se sua riqueza aumentasse consideravelmente; apenas aqueles com patrimônio acima de 8 milhões de dólares se sentiam confortáveis o bastante para se autodeclararem uma pessoa feliz.
Resumindo, por mais que o seu sonho seja se tornar um famoso milionário, isso não significa que com isso seus problemas vão acabar. (Aliás, é capaz de aumentarem.)
Tendemos a não nos surpreender com o tanto de celebridades doentes, sofrendo de alcoolismo, algum transtorno mental ou dependência química. Mas em vez de classificá-los como excêntricos, arrisco dizer que a realidade de ter dinheiro e fama não é tão boa assim como nos fizeram crer.
Sem dúvida dinheiro traz mais conforto e amplia as oportunidades de vida.
Mas se você tem a possibilidade de estar me lendo agora, ouso dizer que muito provavelmente sua condição de vida não beira a miséria extrema.
Então, por mais que seja válido ter objetivos e ambições, é muito importante olhar para o que já foi conquistado e, em vez de criar ilusões acerca de como seria a vida perfeita das outras pessoas, entender que todos têm suas dores e alegrias que, no mais das vezes, são muito mais complexas do que o saldo da conta bancária e o número de seguidores nas redes.